terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

O QUE VAI ACONTECER EM SÃO PAULO?


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20 ANOS DO PSDB OU INICIO DA ERA PT

O PT de São Paulo orientado/liderado pelo ex-presidente Lula já mostrou que fará de tudo para desbancar o PSDB e ganhar as eleições na capital em 2012. Lula sabe e qualquer analista político também que desbancar o PSDB em São Paulo não é tarefa fácil. Mas o visionário Lula sabe que o momento de romper com a hegemonia do PSDB é agora.

Sabedor disso, o ex-presidente começou bem antes um projeto maior e ousado. Antes de tudo fez o governador baiano Jaques Wagner convencer a si mesmo de que o projeto era ousado e possível. Wagner por sua vez teve a tarefa de convencer o seu vice Otto Alencar (tarefa bem fácil) que dialogou com Kassab e finalmente criaram o PSD.

Uma vez criado, o PSD se tornou a porta da esperança para velhos políticos insatisfeitos em seus partidos de origem. Esses políticos, principalmente paulistas e baianos, sabiam que tão cedo não conseguiriam alçar vôo em seus antigos partidos, principalmente por que suas legendas estavam nas mãos de desafetos. Assim, não foi difícil convencê-los a debandar para a nova sigla e os resistentes, ou melhor, os mais caros, se renderam depois de algumas garantias oferecidas, principalmente na Bahia.

Depois desse passo ousado, Lula conseguiu ver o horizonte mais perto. A prefeitura de São Paulo parecia se render aos encantos da estrela vermelha. Convencer Wagner da viabilidade do projeto foi coisa fácil. Convencer a presidente Dilma também. Mas convencer a senadora Marta Suplicy com 30% nas pesquisas de que Fernando Haddad 1% era o melhor nome, muito mais difícil. Dilma e o surgimento da doença de Lula acabaram amolecendo a senadora, que mais tarde cedeu.

A prefeitura de São Paulo já parecia desfilar de mãos dadas com a estrela vermelha. Mas Lula sabia que ainda faltava uma cartada, garantir o apoio do PSD à F. Haddad. Ao revelar aos mortais petistas o passo seguinte, a mais mortal de todas (Marta Suplicy) esperneou e os mais radiais do PT paulista também. A senadora deixou claro que era contra a aproximação com Kassab e que não subiria com ele no mesmo palanque. Às vezes alguns petistas só sentem o ardor da pimenta quando essa chega aos seus olhos. Será Kassab pior do que Sarney, Maluf, F. Collor, Jader, Renan tratados hoje de companheiros?

As fissuras políticas do passado e a arrogância do presente não deixaram a senadora perceber que o apoio de Kassab à candidatura de Haddad já seria um tiro na espinha dorsal do PSDB, que dificilmente conseguiria reverter o quadro. Só que em política ninguém joga sozinho, todos joga com todos. Após cada jogada, além de revelar o próprio jogo, o jogador precisa esperar a sua vez para jogar novamente.

Foi nesse momento que os caciques do PSDB saíram em defesa da capital. Trouxeram para o campo de batalha Serra, hoje rejeitado e considerado sem escrúpulo dentro do próprio partido. O PT, ou melhor, LULA, conseguiu colocar o PSDB e Serra numa sinuca de bico. Isto é, caso o PSDB não convença Serra em ser o candidato do partido, Kassab fecha com o PT. Por outro lado, Serra sabe que se ganhar a prefeitura de São Paulo dificilmente será presidenciável em 2014, e se perder cairá no ostracismo político dentro e fora do PSDB.

Lula conta/contava com o apoio do PSD/Kassab à candidatura de Haddad e evitar o aniversário de 20 anos de hegemonia do PSDB na capital paulista. Para alguns petistas se confirmar a saída de Kassab da base do PT dificilmente Haddad decolará, mesmo sob as bênçãos de Lula. Chegam a dizer que Haddad é um poste pesado para ser carregado até mesmo por Lula.

É bom lembrar que Lula já demonstrou que tem articulação suficiente para desbancar desafetos do quilate de Artur Virgílio e Marco Maciel do senado.  Força política suficiente para carregar um poste do peso da Dilma à presidência do país.  Lula não é de desistir, sabe que o futuro político do PSDB e do PT passa pela capital paulista e resolveu partir para o tudo ou nada.

Ainda é muito cedo para saber o final dessa disputa, mas o que está acontecendo na capital paulista é um curso de doutorado para qualquer iniciante na arte da política.

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